01/08/2003

segura um instante.

e o ser humano acabou
em um minuto
de dispersão
ou menos

vamos subindo, amor
subindo
indo
a lugar nenhum
seja lá


onde correm todas as palavras
dos covardes
dos bestas
das crianças
meu campo morreu
nem drogas nem amor
nem salvação
porra nenhuma



encarando os fatos com uma colher de açúcar:
deixe-me descer ao ponto
da distorção
desconctruir os nexos e a corência
e eu sobrevivo

31/07/2003

you hold right there.

eu estava tão perto de um minuto
as pontes queimaram

deixa que eu cuido da imagem
do corpo, da carne e da alma.

eu estava tão perto de um minuto mas não sei segurar
eu avanço o sinal, querido
não vi você atravessar

eu queimo as minhas pontes

27/07/2003

[outro fora na escada e eu caí de novo]

vamos encarar os fatos
as fotos
o resto eu deixo
pro caminhão levar
amanhã

lavar as mãos
Pilatos, amor
ele vai ser crucificado de novo e de novo e de novo

não posso mais entrar nesse rio
não posso mais beber dessa água

é só mais um fora na escada, criança. só isso.

tarde, na cozinha
neve
açúcar ou
cocaína
sempre difícil
de escolher

faço um café
e fumo um cigarro

estou sempre com as mãos atadas
e os pés fora do chão
os ladrilhos, querida
em branco
sem recados como fugir
ei, Zeus
seus trovões foram
por água abaixo
e Deus, parece,
soltou mesmo
os leões

roubando
canela
só pra ver o saber
na minha língua

não chega a ser pessoal, é só mais um tiro que eu levei e gosto de sangrar. volta pra porra do seu espelho distorcido.

ele sempre precisou
que sangrassem por ele
porque ele não sangra
mas, Deus,
qual foi?