desses traços que me redesenham
toda hora:
estou cansado

isso é meu ego?
desmoronando entre meus dedos

durante o dia eu imagino: e se todos os santos chegassem agora?

alguém corta esse fio
que meus impulsos
esfriaram antes mesmo que eu entrasse
na geladeira
ou esses cacos são de plástico ou você
não se corta mesmo.

chega, porque eu sempre chego
no fim no fundo no poço no topo
num canto qualquer com um piano qualquer com uma música
qualquer

cansado da assepsia
de viver num hospital

alguém desliga esses aparelhos
a morte é minha
me deixa viver.

larga a caneta
que o desenho é meu.