15/02/2006

Sobre o último ônibus.

...a fila não era grande. Até os anjos deixam para trás um lugar assim. Os outros foram antes, bem antes.
Arrancaram as asas para fugir.

[ estranho pensar que eles precisam arrancar as asas para fugir; deveriam voar, mas acho que há alguma merda chamada gravidade ]

: nossos sonhos em malas : o menino vomitou depois de ingerir sal (toda essa água, era de se esperar):

No fundo dos pensamentos, um fio: eu sei o que preciso fazer pra sair daqui.

como numa fuga, sem pensar: ele corre. pra sempre.



it´s time: ele
ºª§¹²³£¢¬¬§ªºº°

13/02/2006

¶ divisão : sem volta.

- então está. tudo repartido; o que tínhamos de mesa fica no quarto e jogamos fora o terço - estou exausto e não posso mais rezar: minha língua está seca, amor - não vou mais ficar mastigando essa sua areia.

: sobre as suas fraquezas eu não construo mais uma vírgula :

repare que meus olhos estão vermelhos. odeio essa música, essa insistência doente que você gruda nos meus dedos - não vou mais subir essas escadas para te ver;

Hora de voltar, unhelp, cuspir os ossos que isso aqui já não dá mais. Hora de desfazer o manto, querido: não me caso enquanto ele não voltar/

...quando ele sair da porra daquele barco, jogo manto, tear, agulhas e fujo - pensamentos sobre idas&voltas, relativos, claro: muito em jogo para pensar duas vezes. ou seria o contrário?

Ao longe ainda vejo as chamas, como se um dia de calor não terminasse - mas eu passei por muita merda pra morrer na praia, pra morrer aqui. Eu me recuso.
arranca essa cruz e carrega, garoto, que a maré tá subindo e os anjos pegaram o último ônibus...