de todos os murros que acabei dando em água
sobre todas as formas que eu tento
descristalizar
dessa dor de cabeça latente

secando o vento, agora.

não são mais os ratos que se escondem, mas os gatos pretos.

de todo esse muro que eu construí
de toda essa linha que estiquei
do Brasil ao Peru
de todos os meus pensamentos fragmentados
recolho agora.

. ou algum medo distorcido que sobrevoa minha cama
. às vezes eu sinto que o ventilador de teto vai desmoronar
. é sempre um medo pouco válido, mas eu pego o ticket
. só pra constar na ordem natural eu ainda olho no retrovisor
. desisto
. dessa vez não vou virar o volante o céu cai com velicidade
. mas ainda existe um segundo para respirar