27/09/2006

suicídio forjado entre a piscina:

de um lado um concreto pesado no meu estômago

contando meus passos para chegar no meio - sempre no meio; preso no meio - vai resgatar minha voz, se você tem um pingo de coragem.

mas os dias passam e o cerco se fecha: preciso de uma fuga, uma janela que seja - e aprendi que, quando não há portas, a gente faz uma.

agora eu simulo um suicídio: não é meu corpo, não sou eu, não são meus motivos.

e no meio, entre uma tecla e outra, o absurdo de me pensar real.

[ OK. Não estou mais nadando e ali no canto me seco no sol enquanto observam das janelas, mas não ligo - não há celular que me fará. Esqueço lentamente, até não restar mais e todos os olhos estarem virados pro outro lado. E aí, querido, erro de novo só pra lembrar o gosto. ]

No meio não há solução.