06/11/2005




: e voltei para debaixo do lençol.

minha mania insuportável de abrir as cortinas antes, mas não consigo esperar.

(todo mundo quer ser cristo; todo mundo quer um pouco de porra pra limpar a culpa e cair) quando o teto desabou não pensaram em segurar e correram. sinto que desloquei um pouco meus pulmões. outra: sinto que desloquei o eixo e agora com tantas forças fora do lugar sinto que me tornei sal fogo enxofre e o que mais jogaram.

: e voltei para debaixo da terra.

meu corpo me calava suava eu me perfurava com ganchos para me prender no teto e quem sabe um pouco de óleo fervendo só porque simplesmente porque recuso a carne mas sou carnívoro até o último segundo quando perguntam: você estava com ele? tendência de negar para salvar a pele: não não não. mas sim eu estava com ele e respondo que estava. tiros.

: e voltei para o paraíso.

maçã resolvida. singelo toque nos lábios exigindo silêncio. não quero mais ficar aqui, amor. a verdade é que não posso mais ficar aqui. estou apaixonado. (é, você olha para baixo mas eu li sobre a arma que você guarda no armário e sei que mais tarde, antes... mas você não leu e você não sabe sobre o veneno na ponta da minha língua) porque esta decididamente tarde demais. eu estou frágil e minhas luzes fraquejam minha voz está gurdada atrás da geladeira e não vou pensar duas vezes antes de te beijar.

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fotos no mural: deus, só uma parte. olhos furados e bocas abertas. costurando. não posso mais sangrar, cara. não posso mais sangrar e você desistiu há muito tempo e manteve o corpo aqui mas não posso mais apodrecer com isso. suck the bones while i leave still. você e suas tintas. pode ficar: meu corpo não é tão meu assim; você e sua inclinação pra cristo; prefiro assumir todos os pecados, jogar a porra da maçã pra cima e atirar.
você se enganou: pode ficar com os tênis. ainda tenho meus pés.

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