10/09/2004

dessas cinzas
que se introspectam nos meus olhos
toda vez que eu
tenciono chorar

por onde eu ando procurando: nos telhados vazios
revistando os sonhos
redigindo os pesadelos
que escorrem
e ainda todo esse oceano, querido:
você não me disse a distância
eu não pude adivinhar:
dessa vez, a previsão falhou
mesmo que a cigana
ou o touro
e eu que já não posso mais gritar
correr; nadar
ainda.
revirando de porta em porta
batendo de pedra em pedra
soco as pontas das facas
revisitando as gargantas vazias
redigindo minhas cicatrizes
No fim do dia eu lhe entrego um pequeno baú de madeira, sem muitas palavras talhadas, e pergunto: você poderia me guarda um favor?